domingo, 19 de junho de 2011

Bullying dos Bullyings na História

Você já sofreu bullying?
É normal você entrar em um grupo específico e passar por novas experiências, conhecendo pessoas, fazendo amigos, mas sempre tem alguém que não irá com a sua cara e isso por diversos motivos dos quais acredito ser impossível mensurar a não ser as causas mais evidentes como julgamentos vinculados a aparência física ou a um jeito estranho.
Nas escolas e faculdades isso é muito comum, ali você é apenas mais um e para se livrar desse status estatístico você precisa fazer amizades. Os amigos fazem as pessoas sentirem-se aceitas e normais, afinal quando se tem amigos de verdade você pode ser espontâneo, não precisa fingir e agir como se fosse outro.
Ser como realmente é, ou seja, um indivíduo em estado de ebulição, onde o corpo envelhece, mas o ser interior se renova sempre e quando se esvair em cinzas terá uma alma a ser lembrada. Se não pela história será lembrado pelos irmãos amigos.
A Bullying é, portanto a inversão disso, pelo menos inicialmente. Nele você aprende pela rejeição, desprezo e ofensa e não pela amizade, lealdade e favor. Com violências físicas ou psicológicas as pessoas passam a ser mais duras com a vida, pois sabem que se amolecerem um leão as poderá engolir.
Assim eles reduzem suas fraquezas como amostra apenas aos amigos mais chegados e se não os tiverem, se apegará a Deus ou a alguém que já se foi o qual ele sabe bem que o compreenderia.
O homem nasceu para sobreviver e precisa trabalhar elementos de resistência, não só no corpo físico, mas em seu amplo psiquismo. Para que isso aconteça, ele inevitavelmente deverá passar por experiências boas e ruins. Será humilhado muitas vezes, será esquecido, desprezado, mas derrepente muitos se lembrarão dele e novamente o exaltarão como pessoa e celebrarão a sua vida, no passar dos dias poderá novamente ser esquecido, mas não pelos amigos verdadeiros.
Existe uma passagem bíblica que gosto muito, na verdade não porque me identifique na situação em específico, mas porque sei que milhares de pessoas se identificam com ela, está em Isaías 49: 15-16:
Pode uma mulher esquecer-se tanto do filho que cria, que se não compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas, ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, não me esquecerei de ti. Eis que, na palma das minhas mãos, te tenho gravado.
Sem duvida vejo nessas palavras um consolo verdadeiro aos órfãos de pais vivos ou mortos. Deus é o companheiro especial dos desprezados. Ele rompe com a cadeia estrutural do mundo envergonhando o caminho dos homens de elite e até mesmo sua condição soberana para se aliar ao desfavorecido.
Certamente a flecha que atinge seu peito e o faz cair em humilhação perante os homens é o pequenino. Digo pequenino me referindo ao fraco. Mas fraco apenas num aspecto e não em todos.
Não estou aqui defendendo a letargia para que dessa forma se receba o favor divino. Na verdade o que defendo é que uma hora o mundo nos cansará de tal maneira que não restará mais forças para lutar, resistir e buscar a felicidade. O soldado se fere muito em seu treinamento, seus exercícios são difíceis para torná-lo mais bem preparado. Seu semblante inspira dureza e vigor, ora, e é um fato que os fortes são os guerreiros da vida, mas apenas uma bala é o suficiente para derruba-los no campo de batalha. Será que agora irão chorar chamando por suas mães como faziam quando eram crianças?
Mas para Deus nós nunca deixaremos de ser pequeninos.
Por isso foi dito, ai daquele que escandaliza um desses, porque seria melhor colocar-se uma corda em seu pescoço junto a uma rocha para que fossem jogados ambos nas profundezas das águas.
Então de quem ele está falando no que se refere aos pequeninos?
Está falando dos fracos, dos que estão com uma ferida aberta.
A palavra de Deus diz para não expormos a nudez de nosso próximo e tão pouco esmagar a cana que já está rachada.
Ora, a cana rachada é sagrada a Deus e quem pisa nela, novamente digo, melhor seria que tivesse uma corda amarrada ao pescoço.
Penso que não existam restrições em se pisar na força dos fortes. Ou quem sabe zombar da arrogância ou presunção de alguém. Tem gente que precisa mesmo levar um “soco” na boca do estômago pra ver se acorda, porém se deleitar em esfregar o pé na ferida, isso é coisa de diabos e não de seres humanos, posto que a ferida por si mesma já seja por assim dizer, uma espécie de aio e tutor em nossas vidas.
Mas o papel do verdugo do carrasco, do indivíduo que provoca o bullying é justamente daquele que persegue para pisar no lugar onde mais dói.
Assim como o suplício em praça pública na idade média, temos visto no decorrer da história o bullying em seu grau máximo. Não estou falando meramente da dor emocional de crianças e adolescentes que padecem esse tipo de humilhação.
Vamos mais além, para destacar o bullying dos bullyings, a saber, o genocídio, o extermínio e o assassinato.
Usarei aqui dois exemplos clássicos. O Holocausto judeu e o genocídio de Ruanda.
No livro “Deus Manda Matar?” da editora vida um dos autores contou logo no início de sua tese uma terrível história de genocídio que ocorreu em Ruanda o país mais cristianizado da África. Assim ele descreve:
“Em Ruanda houve uma demonstração trágica de que a violência iniciada e sancionada por motivo divino não é mera questão acadêmica. Num ato de insanidade autodestrutiva, a etnia dominante hutu exterminou a minoria tutsi.
Num período de 100 dias, os hutus dizimaram brutalmente cerca de 800 mil tutsis (é isso mesmo que você está lendo, foram 800 mil seres humano mortos a facões) e simpatizantes. Peter Gourevitch relembra o horrível episódio ocorrido no complexo hospitalar da Missão Adventista do Sétimo Dia em Mungonero, onde 2mil tutsis se refugiaram, dias antes do massacre. O dr. Gerard, médico formado nos Estados Unidos e diretor do Hospital, acolheu-os e, em seguida, estabeleceu os limites. Em 15 de abril de 1994, ele anunciou: “Amanhã de manhã, sábado, dia 16, ás 9 horas em ponto, vocês serão atacados”. Ainda sem acreditar no que ouviam, sete pastores tutsis da Igreja Adventista do Sétimo Dia escreveram as pressas uma carta ao presidente distrital da denominação, pastor Elizaphan Ntakirutimana, pai do dr Gerard.
Eles lhe imploraram que interviesse “do mesmo modo que os judeus foram salvos por “Hadassa”(Ester). O pastor enviou uma resposta curta e grossa:
“Vocês têm de ser eliminados. Deus não precisa mais de vocês”.
No sábado, ás 9 horas da manhã , o dr Gerard chegou ao complexo hospitalar num veículo lotado com uma milícia armada hutu. Os aldeões hutus das proximidades trouxeram seus facões de mato e juntaram-se ao ataque.
De forma lenta e sistemática, eles mataram os que se aglomeraram na capela, em seguida os que estavam na escola e por fim os que se encontravam refugiados no hospital. Os sete pastores tutsis continuaram a orar com seu povo até o momento em que também foram exterminados.
No dia seguinte, bem cedo, o dr Gerard levou a milícia à vila de Murambi, que ficava nas proximidades, onde sobreviventes tutsis se haviam refugiado na Igreja Adventista. Todos foram mortos”.
Para mais informações desta tragédia veja:
Quando leio histórias como essas, lembro rapidamente das palavras de Yeshua: “… Misericórdia quero e não sacrifício…” Por isso acredito que este assunto é de muita importância, afinal, pelo mundo afora homens tem matado em nome de Deus. Parte disto por causa dos cruéis partidários os quais tem vomitado todo seu escárnio contra os indivíduos da única fé verdadeira, aquela que age pelo amor.
Quanto ao holocausto de Hitler o que poderíamos dizer? Da mesma forma existia ali uma desvalorização do ser humano, utilizando-se de um ideal falso e injusto. E assim como os Tutsis eram chamados de baratas os Judeus eram chamados de ratos e outros nomes que não cabem dizer aqui.
É bom lembrar que além deles, deficientes físicos e mentais, testemunhas de Jeová, homossexuais, ciganos e prisioneiros de guerra também foram levados aos campos de concentração, tendo em alguns casos tratamentos diferentes quanto ao castigo.
Quero deixar aqui um vídeo que preparei para essa postagem, em especial às pessoas que sofrem bullying, das quais deixo uma mensagem que é de fato verdadeira em meu coração. As imagens do vídeo são pesadas.
Certa vez li uma frase num livro de Philip Yancey que dizia o seguinte:
“O oposto do amor não é meramente o ódio, mas sim a indiferença.”
Penso que a própria indiferença é que pode promover o ódio. Daí vem o desejo de extermínio, de que aquele ser humano, ou etnia não existissem.
E qual é nossa vingança contra tais detratores?
Pra mim a verdadeira vingança é que os malfeitores tomem consciência da maldade que praticam, que eles acordem desse sono demoníaco e enxerguem sua própria miséria, que sintam vergonha e nojo de si mesmos, que não suportem mais o que fizeram. Que não fiquem indiferentes.
Que vistam panos de sacos e esfreguem o rosto nas cinzas.
Que sintam uma fração da dor que causaram em pessoas inocentes. Que não ajam como se nada tivesse acontecido.
Em suma que se arrependam. Mas pra que isso aconteça sei que preciso constrangê-los com o perdão e se ainda puderem ser da verdade de fato aceitarão esta sentença.
Do contrário, o melhor é limpar os pés do pó desta terra porque certamente ela estará sobre maldição e se for assim mesmo eles estarão sepultados para nós e nós para eles.
Vídeo:


segunda-feira, 6 de junho de 2011

Os Quatro Cavaleiros do Ateísmo



Olá, mais uma vez gostaria de tratar de um assunto muito interessante principalmente para nós comumente associados a comunidade religiosa do mundo, embora eu mesmo sinta-se incomodado com a terminologia ja tão desgastada. Estou falando dos novos ateus ou os anti teístas, indivíduos provocadores, mas que pela sua crítica tem feito muitos pensarem com mais escrutínio e razão. Temos neste vídeo abaixo nomes carimbados como Dawkins “carniceiro”, Daniel Dennett o “papai noel” ateu, Sam Harris o cara do Uski e Christopher Hitchens fumante inveterado. Não estou aqui ofendendo esses gigantes da ciência ou do simples pensamento, pelo contrário, nesse debate ou quem sabe uma reunião atéia temos o vislumbre de pessoas essencialmente humanas preocupadas com o caminho que seus trabalhos estão produzindo no mundo atual.
Novamente vemos árdua crítica a religião, uma tentativa de separação do numinoso para com a transcendência, a fé como sinônimo de religião, o evolucionismo como marca registrada do movimento ateísta, a arte como substituta da espiritualidade e teimosias com conceitos puramente religiosos.
Mas a parte disso podemos deslumbrar pessoas preocupadas com crendices que tornam os indivíduos presas exponenciais de seus próprios pastores, bispos, padres  etc.
Numa de suas falas Christopher Hitchens diz que a religião pelo seu obscurantismo tenta inibir o único atributo de superioridade que nós primatas evoluídos possuímos, a saber a razão.
Bem, ouvindo essas palavras, não consegui parar de pensar  nos fundamentalistas religiosos, fruto do puritanismo que sem razão exploram por causa de uma arrogância latente seus membros subordinados e isso com uma humildade contraditóriamente tirânica.
Mas apesar desse fato, obviamente não vou babar ovo desses caras, eles são realmente preparados na retórica e extraordinários em suas respectivas áreas, porém tive a impressão de que estavam equivocados em quesitos básicos.
Apenas autodefesa desesperadora?
Não, nem tanto. Ao ateu eu digo com todo carinho do mundo – Não se preocupe eu os estou ouvindo e estou ouvido os melhores de vocês.
O que me causou espanto e de fato creio que tem causado conflito na maior parte dos críticos desse veemente grupo é que eles tem um sério problema com conceitos. O desejo quase sufocante de afirmar que a realidade se restringe ao materialismo e que até a poesia e a arte em sua imanência devesse se restringir a realidade como eles a entendem é para mim o ponto nevrálgico de suas idéias.
Eles realmente entendem o que é o limite da subjetividade humana, mas nem de longe o respeitam. Ora, é obvio que o conhecimento subjetivo não é por assim dizer a prova do divino e nem deve ser tomado como tal. No entanto os conceitos se formam na subjetividade pela observação e é na observação do mundo que interagimos com nosso interior.
Não direi que estão totalmente errados em relação a crenças desprovidas de sanidade e superstições diversas, quanto a isso eu que creio em Deus diria o mesmo, não precisa ser Ph. D. pra isso, é só ter bom senso, no entanto na insensatez até o Ph. D. merece repreensão.
Obviamente que a religião se baseia no autoritarismo, e é obvio que os gurus da religião se aproveitam disso para lucrar com suas idéias na imanência de serem os detentores da revelação divina, uma vez que Deus seja onisciente, não aceitarão contestações de suas idéias.
Hitchens toca bem nessa questão e eu penso que ele foi simultaneamente feliz e infeliz em sua fala, simplesmente por não raciocinar como o religioso para poder assim refutá-lo se for o caso. Ora, se eu creio num Deus transcendente que criou o explendor do cosmos e a complexidade da vida é óbvio que o tenho por sapiente até o grau em que isso produza o tudo da própria singularidade.
Como posso questionar o absoluto de um Deus pessoal?
Mas na qualidade de ateu não o faria, posto que o mesmo não aceita essa premissa comparando-a com metáforas esdrúxulas como a do grande senhor espaguete. Neste caso se eu digo que creio em Deus, porque alguém não poderia dizer que crê neste grande macarrão cósmico?
É obvio que o ataque dos novos ateus toca apenas a religião em sua casca, nos pontos mais superficiais possíveis, o que ja fez um grande estrago merecido em alguns grupos fundamentalistas, embora seja de fato um estrago de pouca expressão, posto que o próprio fundamentalista não é ensinado a pensar e vaga no argumento circular de seus dogmas.
Então fica claro que um indivíduo religioso que tenha uma espiritualidade verdadeira jamais iria cair nessa argumentação falaciosa do grande espaguete, essa anedota só serve para ridicularizar.
Eu diria que esse indivíduo virtual (isso espero) que crê no grande macarrão cósmico tendo a experiência e o fruto de espiritualidade encontrada em Cristo certamente está crendo no Eterno a quem o próprio Cristo dirigia suas orações. Mudar seu nome “achincalhando” a divindade não muda absolutamente nada.
O dogma de Cristo como as pessoas que tem lido esse blog tem percebido, ou melhor aqueles que lêem o evangelho, muito melhor que meu blog,  ja perceberam, sabem que o amor é a doutrina, mas não meramente em sua simplicidade mística, e sim em sua ação sonora e plausível tendo em vista o temor no amor que dobra o mesmo temor. Ora quando me refiro ao temor, falo acerca do juízo e da danação eterna. O assombro em se temer a Deus como diz salomão que é na verdade o princípio da sabedoria, está vinculado a sua grandeza e equilíbrio para com o cosmo e na descoberta desconcertante através dos profetas e de seu filho que este ser cósmico ama sua criação de forma incondicional, fazendo do temor um atributo ligado a Ele e não ao juízo que provoca.
O grande mal do novo ateísmo é o de abdicar da verdade em nome da verdade que se faz em conchavo. Coisa esta também vista na religião.
Gosto de ouvi-los, respeito sua autoridade acadêmica sei que as teses científicas passam por escrutínios rigorosos dos quais poucas religiões suportariam, mas que até aqui o cristianismo puramente bíblica tem se saído bem pelo apelo de sua persona máxima a saber o próprio Jesus.  E vejo que esse discurso deliberado à razão total é uma volta a velha tendência de acreditar que o conhecimento pode suprir o anseio existencial de todos os indivíduos, pobre Dawkins positivista lógico, poderia quem sabe ler o livro Gaia Ciência de seu amigo ateu Friedrich Nietzsche, para, também,”quem sabe” se desapegar um pouco dessa glorificação da ciência em detrimento da Fé orgânica e funcional.
A fé como obstáculo ao aclamado zoólogo e ao senhor Daniel de barba branca, por sinal muito inteligente, pode ser um impasse apenas conceitual. Harris mesmo admite no debate que obviamente há muito no universo de que nada sabemos, porém não admitem a idéia de se tapar tais lacunas com a fé, gerando assim a preguiça intelectual, tendência claramente encontrada na religião. Talvez  por isso sejam tão agressivos a tal idéia. Mas pecam no conceito daq palavra fé, o qual é tão amplo e profundo.
 A fé como crença nada tem haver com a negação da ciência. A irracionalidade da fé não toca ou macula o caráter do empirísmo. Isso quem faz é o obscurantismo.
Se isso foi assim em muitas religiões como no caso da senhora pomposa igreja católica, certamente o será ainda com os fundamentalistas evangélicos, porém existem uma enorme gama de religiosos que tratam de questões fundamentalmente empíricas das quais não precisam negar a Deus ou a fé. De fato muitos deles desassociam  fé e ciência, mantendo-os covardemente em compartimentos intocáveis um do outro na sua subjetividade, porém temos vários exemplos dos que trabalham sua interioridade na fé que professam, como C S Lewis, formado em Oxford. É claro que isso não o fez menos desqualificado como professor  em Cambridge.
O problema, eles deveriam saber, nunca foi meramente a religião. A questão é muito mais ideológica. O mal está no homem e é ele que macula boas idéias e tira o pior delas. Religiões como nossos ateus disseram tem tendências de fato alienantes por ter como meta a transcendencia, mas não por isso os próprios religiosos deixaram de ser exemplo de sabedoria prática na história.
Existe muito a se pensar no que foi dito no vídeo abaixo e de fato espero que você que está lendo estes parágrafos arrume um tempinho para vê-lo por completo.
Eu paro por aqui uma vez que Deus realmente não precisa de defensores públicos, um grande abraço a todos e até um próximo Post.
video: