Você já sofreu bullying?
É normal você entrar em um grupo específico e passar por novas experiências, conhecendo pessoas, fazendo amigos, mas sempre tem alguém que não irá com a sua cara e isso por diversos motivos dos quais acredito ser impossível mensurar a não ser as causas mais evidentes como julgamentos vinculados a aparência física ou a um jeito estranho.
Nas escolas e faculdades isso é muito comum, ali você é apenas mais um e para se livrar desse status estatístico você precisa fazer amizades. Os amigos fazem as pessoas sentirem-se aceitas e normais, afinal quando se tem amigos de verdade você pode ser espontâneo, não precisa fingir e agir como se fosse outro.
Ser como realmente é, ou seja, um indivíduo em estado de ebulição, onde o corpo envelhece, mas o ser interior se renova sempre e quando se esvair em cinzas terá uma alma a ser lembrada. Se não pela história será lembrado pelos irmãos amigos.
A Bullying é, portanto a inversão disso, pelo menos inicialmente. Nele você aprende pela rejeição, desprezo e ofensa e não pela amizade, lealdade e favor. Com violências físicas ou psicológicas as pessoas passam a ser mais duras com a vida, pois sabem que se amolecerem um leão as poderá engolir.
Assim eles reduzem suas fraquezas como amostra apenas aos amigos mais chegados e se não os tiverem, se apegará a Deus ou a alguém que já se foi o qual ele sabe bem que o compreenderia.
O homem nasceu para sobreviver e precisa trabalhar elementos de resistência, não só no corpo físico, mas em seu amplo psiquismo. Para que isso aconteça, ele inevitavelmente deverá passar por experiências boas e ruins. Será humilhado muitas vezes, será esquecido, desprezado, mas derrepente muitos se lembrarão dele e novamente o exaltarão como pessoa e celebrarão a sua vida, no passar dos dias poderá novamente ser esquecido, mas não pelos amigos verdadeiros.
Existe uma passagem bíblica que gosto muito, na verdade não porque me identifique na situação em específico, mas porque sei que milhares de pessoas se identificam com ela, está em Isaías 49: 15-16:
Pode uma mulher esquecer-se tanto do filho que cria, que se não compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas, ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, não me esquecerei de ti. Eis que, na palma das minhas mãos, te tenho gravado.
Sem duvida vejo nessas palavras um consolo verdadeiro aos órfãos de pais vivos ou mortos. Deus é o companheiro especial dos desprezados. Ele rompe com a cadeia estrutural do mundo envergonhando o caminho dos homens de elite e até mesmo sua condição soberana para se aliar ao desfavorecido.
Certamente a flecha que atinge seu peito e o faz cair em humilhação perante os homens é o pequenino. Digo pequenino me referindo ao fraco. Mas fraco apenas num aspecto e não em todos.
Não estou aqui defendendo a letargia para que dessa forma se receba o favor divino. Na verdade o que defendo é que uma hora o mundo nos cansará de tal maneira que não restará mais forças para lutar, resistir e buscar a felicidade. O soldado se fere muito em seu treinamento, seus exercícios são difíceis para torná-lo mais bem preparado. Seu semblante inspira dureza e vigor, ora, e é um fato que os fortes são os guerreiros da vida, mas apenas uma bala é o suficiente para derruba-los no campo de batalha. Será que agora irão chorar chamando por suas mães como faziam quando eram crianças?
Mas para Deus nós nunca deixaremos de ser pequeninos.
Por isso foi dito, ai daquele que escandaliza um desses, porque seria melhor colocar-se uma corda em seu pescoço junto a uma rocha para que fossem jogados ambos nas profundezas das águas.
Então de quem ele está falando no que se refere aos pequeninos?
Está falando dos fracos, dos que estão com uma ferida aberta.
A palavra de Deus diz para não expormos a nudez de nosso próximo e tão pouco esmagar a cana que já está rachada.
Ora, a cana rachada é sagrada a Deus e quem pisa nela, novamente digo, melhor seria que tivesse uma corda amarrada ao pescoço.
Penso que não existam restrições em se pisar na força dos fortes. Ou quem sabe zombar da arrogância ou presunção de alguém. Tem gente que precisa mesmo levar um “soco” na boca do estômago pra ver se acorda, porém se deleitar em esfregar o pé na ferida, isso é coisa de diabos e não de seres humanos, posto que a ferida por si mesma já seja por assim dizer, uma espécie de aio e tutor em nossas vidas.
Mas o papel do verdugo do carrasco, do indivíduo que provoca o bullying é justamente daquele que persegue para pisar no lugar onde mais dói.
Assim como o suplício em praça pública na idade média, temos visto no decorrer da história o bullying em seu grau máximo. Não estou falando meramente da dor emocional de crianças e adolescentes que padecem esse tipo de humilhação.
Vamos mais além, para destacar o bullying dos bullyings, a saber, o genocídio, o extermínio e o assassinato.
Usarei aqui dois exemplos clássicos. O Holocausto judeu e o genocídio de Ruanda.
No livro “Deus Manda Matar?” da editora vida um dos autores contou logo no início de sua tese uma terrível história de genocídio que ocorreu em Ruanda o país mais cristianizado da África. Assim ele descreve:
“Em Ruanda houve uma demonstração trágica de que a violência iniciada e sancionada por motivo divino não é mera questão acadêmica. Num ato de insanidade autodestrutiva, a etnia dominante hutu exterminou a minoria tutsi.
Num período de 100 dias, os hutus dizimaram brutalmente cerca de 800 mil tutsis (é isso mesmo que você está lendo, foram 800 mil seres humano mortos a facões) e simpatizantes. Peter Gourevitch relembra o horrível episódio ocorrido no complexo hospitalar da Missão Adventista do Sétimo Dia em Mungonero, onde 2mil tutsis se refugiaram, dias antes do massacre. O dr. Gerard, médico formado nos Estados Unidos e diretor do Hospital, acolheu-os e, em seguida, estabeleceu os limites. Em 15 de abril de 1994, ele anunciou: “Amanhã de manhã, sábado, dia 16, ás 9 horas em ponto, vocês serão atacados”. Ainda sem acreditar no que ouviam, sete pastores tutsis da Igreja Adventista do Sétimo Dia escreveram as pressas uma carta ao presidente distrital da denominação, pastor Elizaphan Ntakirutimana, pai do dr Gerard.
Eles lhe imploraram que interviesse “do mesmo modo que os judeus foram salvos por “Hadassa”(Ester). O pastor enviou uma resposta curta e grossa:
“Vocês têm de ser eliminados. Deus não precisa mais de vocês”.
No sábado, ás 9 horas da manhã , o dr Gerard chegou ao complexo hospitalar num veículo lotado com uma milícia armada hutu. Os aldeões hutus das proximidades trouxeram seus facões de mato e juntaram-se ao ataque.
De forma lenta e sistemática, eles mataram os que se aglomeraram na capela, em seguida os que estavam na escola e por fim os que se encontravam refugiados no hospital. Os sete pastores tutsis continuaram a orar com seu povo até o momento em que também foram exterminados.
No dia seguinte, bem cedo, o dr Gerard levou a milícia à vila de Murambi, que ficava nas proximidades, onde sobreviventes tutsis se haviam refugiado na Igreja Adventista. Todos foram mortos”.
Para mais informações desta tragédia veja:
Quando leio histórias como essas, lembro rapidamente das palavras de Yeshua: “… Misericórdia quero e não sacrifício…” Por isso acredito que este assunto é de muita importância, afinal, pelo mundo afora homens tem matado em nome de Deus. Parte disto por causa dos cruéis partidários os quais tem vomitado todo seu escárnio contra os indivíduos da única fé verdadeira, aquela que age pelo amor.
Quanto ao holocausto de Hitler o que poderíamos dizer? Da mesma forma existia ali uma desvalorização do ser humano, utilizando-se de um ideal falso e injusto. E assim como os Tutsis eram chamados de baratas os Judeus eram chamados de ratos e outros nomes que não cabem dizer aqui.
É bom lembrar que além deles, deficientes físicos e mentais, testemunhas de Jeová, homossexuais, ciganos e prisioneiros de guerra também foram levados aos campos de concentração, tendo em alguns casos tratamentos diferentes quanto ao castigo.
Quero deixar aqui um vídeo que preparei para essa postagem, em especial às pessoas que sofrem bullying, das quais deixo uma mensagem que é de fato verdadeira em meu coração. As imagens do vídeo são pesadas.
Certa vez li uma frase num livro de Philip Yancey que dizia o seguinte:
“O oposto do amor não é meramente o ódio, mas sim a indiferença.”
Penso que a própria indiferença é que pode promover o ódio. Daí vem o desejo de extermínio, de que aquele ser humano, ou etnia não existissem.
E qual é nossa vingança contra tais detratores?
Pra mim a verdadeira vingança é que os malfeitores tomem consciência da maldade que praticam, que eles acordem desse sono demoníaco e enxerguem sua própria miséria, que sintam vergonha e nojo de si mesmos, que não suportem mais o que fizeram. Que não fiquem indiferentes.
Que vistam panos de sacos e esfreguem o rosto nas cinzas.
Que sintam uma fração da dor que causaram em pessoas inocentes. Que não ajam como se nada tivesse acontecido.
Em suma que se arrependam. Mas pra que isso aconteça sei que preciso constrangê-los com o perdão e se ainda puderem ser da verdade de fato aceitarão esta sentença.
Do contrário, o melhor é limpar os pés do pó desta terra porque certamente ela estará sobre maldição e se for assim mesmo eles estarão sepultados para nós e nós para eles.
Vídeo: