segunda-feira, 6 de junho de 2011

Os Quatro Cavaleiros do Ateísmo



Olá, mais uma vez gostaria de tratar de um assunto muito interessante principalmente para nós comumente associados a comunidade religiosa do mundo, embora eu mesmo sinta-se incomodado com a terminologia ja tão desgastada. Estou falando dos novos ateus ou os anti teístas, indivíduos provocadores, mas que pela sua crítica tem feito muitos pensarem com mais escrutínio e razão. Temos neste vídeo abaixo nomes carimbados como Dawkins “carniceiro”, Daniel Dennett o “papai noel” ateu, Sam Harris o cara do Uski e Christopher Hitchens fumante inveterado. Não estou aqui ofendendo esses gigantes da ciência ou do simples pensamento, pelo contrário, nesse debate ou quem sabe uma reunião atéia temos o vislumbre de pessoas essencialmente humanas preocupadas com o caminho que seus trabalhos estão produzindo no mundo atual.
Novamente vemos árdua crítica a religião, uma tentativa de separação do numinoso para com a transcendência, a fé como sinônimo de religião, o evolucionismo como marca registrada do movimento ateísta, a arte como substituta da espiritualidade e teimosias com conceitos puramente religiosos.
Mas a parte disso podemos deslumbrar pessoas preocupadas com crendices que tornam os indivíduos presas exponenciais de seus próprios pastores, bispos, padres  etc.
Numa de suas falas Christopher Hitchens diz que a religião pelo seu obscurantismo tenta inibir o único atributo de superioridade que nós primatas evoluídos possuímos, a saber a razão.
Bem, ouvindo essas palavras, não consegui parar de pensar  nos fundamentalistas religiosos, fruto do puritanismo que sem razão exploram por causa de uma arrogância latente seus membros subordinados e isso com uma humildade contraditóriamente tirânica.
Mas apesar desse fato, obviamente não vou babar ovo desses caras, eles são realmente preparados na retórica e extraordinários em suas respectivas áreas, porém tive a impressão de que estavam equivocados em quesitos básicos.
Apenas autodefesa desesperadora?
Não, nem tanto. Ao ateu eu digo com todo carinho do mundo – Não se preocupe eu os estou ouvindo e estou ouvido os melhores de vocês.
O que me causou espanto e de fato creio que tem causado conflito na maior parte dos críticos desse veemente grupo é que eles tem um sério problema com conceitos. O desejo quase sufocante de afirmar que a realidade se restringe ao materialismo e que até a poesia e a arte em sua imanência devesse se restringir a realidade como eles a entendem é para mim o ponto nevrálgico de suas idéias.
Eles realmente entendem o que é o limite da subjetividade humana, mas nem de longe o respeitam. Ora, é obvio que o conhecimento subjetivo não é por assim dizer a prova do divino e nem deve ser tomado como tal. No entanto os conceitos se formam na subjetividade pela observação e é na observação do mundo que interagimos com nosso interior.
Não direi que estão totalmente errados em relação a crenças desprovidas de sanidade e superstições diversas, quanto a isso eu que creio em Deus diria o mesmo, não precisa ser Ph. D. pra isso, é só ter bom senso, no entanto na insensatez até o Ph. D. merece repreensão.
Obviamente que a religião se baseia no autoritarismo, e é obvio que os gurus da religião se aproveitam disso para lucrar com suas idéias na imanência de serem os detentores da revelação divina, uma vez que Deus seja onisciente, não aceitarão contestações de suas idéias.
Hitchens toca bem nessa questão e eu penso que ele foi simultaneamente feliz e infeliz em sua fala, simplesmente por não raciocinar como o religioso para poder assim refutá-lo se for o caso. Ora, se eu creio num Deus transcendente que criou o explendor do cosmos e a complexidade da vida é óbvio que o tenho por sapiente até o grau em que isso produza o tudo da própria singularidade.
Como posso questionar o absoluto de um Deus pessoal?
Mas na qualidade de ateu não o faria, posto que o mesmo não aceita essa premissa comparando-a com metáforas esdrúxulas como a do grande senhor espaguete. Neste caso se eu digo que creio em Deus, porque alguém não poderia dizer que crê neste grande macarrão cósmico?
É obvio que o ataque dos novos ateus toca apenas a religião em sua casca, nos pontos mais superficiais possíveis, o que ja fez um grande estrago merecido em alguns grupos fundamentalistas, embora seja de fato um estrago de pouca expressão, posto que o próprio fundamentalista não é ensinado a pensar e vaga no argumento circular de seus dogmas.
Então fica claro que um indivíduo religioso que tenha uma espiritualidade verdadeira jamais iria cair nessa argumentação falaciosa do grande espaguete, essa anedota só serve para ridicularizar.
Eu diria que esse indivíduo virtual (isso espero) que crê no grande macarrão cósmico tendo a experiência e o fruto de espiritualidade encontrada em Cristo certamente está crendo no Eterno a quem o próprio Cristo dirigia suas orações. Mudar seu nome “achincalhando” a divindade não muda absolutamente nada.
O dogma de Cristo como as pessoas que tem lido esse blog tem percebido, ou melhor aqueles que lêem o evangelho, muito melhor que meu blog,  ja perceberam, sabem que o amor é a doutrina, mas não meramente em sua simplicidade mística, e sim em sua ação sonora e plausível tendo em vista o temor no amor que dobra o mesmo temor. Ora quando me refiro ao temor, falo acerca do juízo e da danação eterna. O assombro em se temer a Deus como diz salomão que é na verdade o princípio da sabedoria, está vinculado a sua grandeza e equilíbrio para com o cosmo e na descoberta desconcertante através dos profetas e de seu filho que este ser cósmico ama sua criação de forma incondicional, fazendo do temor um atributo ligado a Ele e não ao juízo que provoca.
O grande mal do novo ateísmo é o de abdicar da verdade em nome da verdade que se faz em conchavo. Coisa esta também vista na religião.
Gosto de ouvi-los, respeito sua autoridade acadêmica sei que as teses científicas passam por escrutínios rigorosos dos quais poucas religiões suportariam, mas que até aqui o cristianismo puramente bíblica tem se saído bem pelo apelo de sua persona máxima a saber o próprio Jesus.  E vejo que esse discurso deliberado à razão total é uma volta a velha tendência de acreditar que o conhecimento pode suprir o anseio existencial de todos os indivíduos, pobre Dawkins positivista lógico, poderia quem sabe ler o livro Gaia Ciência de seu amigo ateu Friedrich Nietzsche, para, também,”quem sabe” se desapegar um pouco dessa glorificação da ciência em detrimento da Fé orgânica e funcional.
A fé como obstáculo ao aclamado zoólogo e ao senhor Daniel de barba branca, por sinal muito inteligente, pode ser um impasse apenas conceitual. Harris mesmo admite no debate que obviamente há muito no universo de que nada sabemos, porém não admitem a idéia de se tapar tais lacunas com a fé, gerando assim a preguiça intelectual, tendência claramente encontrada na religião. Talvez  por isso sejam tão agressivos a tal idéia. Mas pecam no conceito daq palavra fé, o qual é tão amplo e profundo.
 A fé como crença nada tem haver com a negação da ciência. A irracionalidade da fé não toca ou macula o caráter do empirísmo. Isso quem faz é o obscurantismo.
Se isso foi assim em muitas religiões como no caso da senhora pomposa igreja católica, certamente o será ainda com os fundamentalistas evangélicos, porém existem uma enorme gama de religiosos que tratam de questões fundamentalmente empíricas das quais não precisam negar a Deus ou a fé. De fato muitos deles desassociam  fé e ciência, mantendo-os covardemente em compartimentos intocáveis um do outro na sua subjetividade, porém temos vários exemplos dos que trabalham sua interioridade na fé que professam, como C S Lewis, formado em Oxford. É claro que isso não o fez menos desqualificado como professor  em Cambridge.
O problema, eles deveriam saber, nunca foi meramente a religião. A questão é muito mais ideológica. O mal está no homem e é ele que macula boas idéias e tira o pior delas. Religiões como nossos ateus disseram tem tendências de fato alienantes por ter como meta a transcendencia, mas não por isso os próprios religiosos deixaram de ser exemplo de sabedoria prática na história.
Existe muito a se pensar no que foi dito no vídeo abaixo e de fato espero que você que está lendo estes parágrafos arrume um tempinho para vê-lo por completo.
Eu paro por aqui uma vez que Deus realmente não precisa de defensores públicos, um grande abraço a todos e até um próximo Post.
video:




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