domingo, 17 de julho de 2011

As Crianças Julgarão os Deuses



Um líder se conhece pela sua capacidade de tomar decisões rapidamente. Seu entusiasmo garante o marketing de sua visão. No entanto ele mesmo quando nega sua humanidade nega também sua missão. Digo isso porque o indivíduo no cargo de liderança não deve se preocupar em mostrar quem ele não é, afinal se ele alcançou esse posto deve ter algum mérito. Quando deixa de cuidar do seu auto-conhecimento perde-se em cumprir seu mandato.
Ora, para que os líderes servem senão para facilitar a competência de outros? Foi para isso que foram constituídos! No entanto o que vemos hoje, senão boicotes e mais boicotes contra aqueles que deveriam ser bem recebidos pelos hierarquicamente favorecidos.
Por isso digo, desconfie do indivíduo que no exercício do cargo chame seus ajudadores de liderados. O sentido de posse do dizer - são meus subordinados - é a manifestação da típica soberba que começa inocente e termina sempre em frustração. Se você é líder, que fique claro:
As pessoas não te pertencem! Elas têm um Pai que é Deus.
Quando Jesus disse para não chamar-mos ninguém de Pai a não ser o Pai celestial, ele estava a dizer num sentido mais profundo, que nós não temos o direito de manipular ou mesmo monopolizar nosso próximo.
Essas foram palavras reveladoras, porque não é da vontade do Eterno que nos tornemos escravos de nossos irmãos. No princípio não havia escravos, nem escravidão, e Cristo nos chama para o princípio posto que seja o caminho de retorno ao paraíso do éden.
Assim como na questão do casamento que era feito monogamicamente, quando da costela do homem Deus lhe deu a mulher, assim também Ele deseja que seu povo seja feito de pura irmandade, respeitando o progresso de cada um. No entanto na contingência do afastamento de sua perfeita vontade, inseridos num mundo distorcido pelo pecado acabamos por nos tornar escravos uns dos outros.
Condicionando e sendo condicionados desde pequenos aprendendo a operar conforme os costumes da cultura consumista. Mas no início não era assim.
Foi a partir da inveja que o mundo tomou um outro rumo.
Dessa forma nasce a liderança nas linhagens de Caim e Abel. Caim o desbravador edifica cidades e Abel em sua interioridade constrói um âmago aperfeiçoado. O caráter dessas conquistas fica evidente numa analogia simples, porque entre eles a diferença se assemelha com a árvore e seus frutos, entre a raiz que cresce pra dentro e se aprofunda na terra para sustentar seu poderoso tronco e o tronco que cresce pomposamente, mas perece por não possuir raízes fortes. Essa é a situação de nossa sociedade. A nova geração deseja ardentemente crescer para fora, mas só possui a verdadeira autoridade quem cresce para dentro, sua árvore permanecerá milhares e milhares de gerações firme, forte, poderosa, simplesmente porque decidiu se rebaixar, para por assim dizer gerar frutos com sabor irresistível. Esse é o tipo de autoridade vista em Cristo, quando o mesmo disse:
“Passará céus e terra, mas minhas palavras nunca passarão.”
Assim é o Reino que cresce lenta e dolorosamente, visto que tem a qualidade perpetua.
Os homens caíram, por isso querem ser deuses. Mas também querem ser humanos. Querem ser deuses humanos. Não abandonarão seus desejos, antes justificarão sua sede pela imortalidade como apenas competição entre as espécies, onde o mais apto sobrevive.
Sua moral, assim como sua imoralidade permeiam o campo da conveniência. No fundo eles acreditam na amoralidade e no fundo querem tornar-se legisladores de um rebanho. O lobo como sabemos também gosta de rebanhos. Assim procura em meio a sua alcatéia a melhor forma de golpear os cordeirinhos.
Não é bom demonstrar mais do que realmente é. Não é bom mentir pra si mesmo.
Você não é mais nem menos, Você é Você!
Assim só podemos ser bem sucedidos naquilo que somos e não no que não alcançamos ainda. Por isso Yeshua diz: “Se você é o que é então deixe sua luz brilhar, pois não se põe uma lâmpada debaixo da cama, antes a coloca no teto para iluminar todo o quarto.” Porém se você não é o que diz ser, ele adverte: “Não pratique as suas obras com o fim de serdes vistos pelos homens, pois se receberdes tais aplausos, já recebestes vosso galardão”.
No entanto as crianças quando em pureza sendo inconscientes do elogio, vivem de forma espontânea e límpida. A característica que aperfeiçoa e santifica o homem é, portanto vinculado à singeleza de um menino e não a aspereza puritana do clérigo. Essa é a diferença entre a vida e a morte!
Ora, santos não são “adultos” em sua espontaneidade, e nem podem ser visto que seu prazer está vinculado a um Pai, muito maior que eles. Já deveríamos saber que o caminho para um fim é sempre o seu começo. Desta forma mesmo envelhecendo a cada dia não perdemos a jovialidade e neste sentido só os jovens alcançarão a imortalidade.
E assim era no princípio, Deus e o homem, uma perfeita união, como se diz na canção:” O que nos resta se não retornarmos ao princípio?”
Aquele que inverte os valores mantém-nos no mesmo Espírito. Assim quem perder a vida a ganhará e quem a achar, certamente já a perdeu. Isso porque a Vida é como a água, não se pode agarrá-la, dominá-la, prendê-la ou mesmo modificá-la. Ou você a bebe ou então mergulha nela. Mas controlá-la? Isso nunca!!! “Vós não sois deuses!” Diria o profeta antigo nos dias de hoje. O domínio do homem o leva a declarar a falência de um Deus único. Esses são os niilistas do celestial. Para eles é insensato dizer: “O pecado existe”. Posto que se negam o próprio Legislador, obviamente também negarão a sua lei. No entanto quando falo de lei, o digo de maneira profunda, posto que negar tal lei é como negar a si mesmo, e nisso quem tropeça não é a ideologia, é o espírito, ou seja, tanto um partido, quanto seu antagonista, perecerão por negarem aquele que é. Ora, Deus é porque não pode negar a si mesmo, sendo sua lei vívida, fixa na infinidade de suas variabilidades. Deveras, quem o adora o adora pelo que Ele é e não meramente por quem diz ser, por isso Ele nos exorta a conhecê-lo.
Quem é você ó crente que adora o que não conhece?
Mas nós vimos por isso falamos e se falamos o fazemos com total espontaneidade revelando em nós um espírito autêntico. Assim como Jesus que falava como quem tinha autoridade, diferentemente dos fariseus que adoravam o serem chamados de mestres nas sinagogas e diante dos homens.
Mas a verdadeira autoridade Ele revelou apenas aos pequeninos, escondendo-a dos sábios conforme a letra trincada em suas línguas, seja letra sagrada ou profana, pois se tal sabedoria fosse verdadeira não teriam cravado o manancial das profundidades em riquezas no madeiro da desonra.
O julgamento das crianças sobre os deuses está posto e todos nós veremos aquele grande dia. Porque nada é tão novo e nada é tão velho...
Banda Oficina G3 – Perfeita União: 

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