sábado, 28 de maio de 2011

Ética x Moral – Na Filosofia



Ética x Moral – Filósofos contemporâneos

Introdução:
Estes textos são pequenos resumos das minhas aulas de filosofia. A matéria de Ética é extremamente extensa, mas não poderia deixar de incluir uma síntese sobre o assunto neste espaço.
Até porque em matéria de moralidade a maioria dos cristãos são muito inocentes, e como boa parte do meu blog trata de assuntos vinculados a autenticidade do indivíduo religioso assim como sua hipocrisia e falsidade, deixo aqui além da matéria dos autores citados, minhas opiniões para reflexão, posto que a intenção não é a de se gloriar e ser chamado de mestre ou professor, mas de gritar ao mundo e aos arrogantes, voltemos a graça de Cristo, porquanto até o presente momento os verdadeiros profetas estão nascendo fora dos arraiais da instituição clerical e renegando a Cristo.
Falam muitas verdades se esquecendo de Deus, sentenciam os religiosos indiretamente ao inferno das alienações.
Pensamento: Bom é o Relativismo cultural para evitar o etnocentrismo”.
Ética em Vasquez:
Existe uma Multiplicidade de conceitos para a palavra ética. Portanto diferentes compreensões para o mesmo termo. Para Aristóteles existe dois saberes práticos:
Técnica: Produto que se separa de você, como uma cadeira, por exemplo.
Ética: Nunca se separa do indivíduo, como o é a ação da injustiça que se volta sempre contra si mesma.
Assim pra Aristóteles obviamente a ética é mais excelente que a técnica.
Visão Ética: Moral x Reflexões.
Moral: Normas (no sentido de usos e costumes). Aqui a moral tem a ver com os hábitos gerando o conjunto das ações morais. Então as morais em povos diferentes e tempos diferentes variam de uma para outra. É isso que compõe a sociedade e domina os indivíduos, coletivamente falando.
A poetisa Cora Coralina diz que tudo que defendia não dava certo, sempre havendo um descompasso entre o que fazia e a moral vigente. Ela percebe então que a moral tem um poder presente e quem a nega age como se vivesse fora do tempo.
De acordo com Vasquez o moralismo tem a ver com a generalidade, ou seja, a discussão geral, de questões PráticasSão padronizações, princípios, modos e regras.
Eis algumas definições importantes:
Ética: Reflexão sobre a prática. A ética procura a essência da Moral, seus critérios e suas mudanças.
O que procura a atitude mediana é temperante. Eis o equilíbrio do “meio”. Ética não é essência, mas sim o Estudo da essência das morais, encontrando o eixo que as sustenta. Portanto ética não tem a ver com pratica. Vasquez diz que a essência sempre vale para qualquer sociedade, assim a ética segundo ele é posterior a moral, uma vez que através dela é que a ética reflete.
Questões etimológicas:
Ética: Ethos (epsilon) – Hábito, aparência.
Eta: Morada, a casa do homem, morada. Lugar de organização. Espaço de inventividade, Construção de um certo modo de viver.
Isso define nossas atitudes. A maneira como edificamos nossa casa.
Aqui a ética é anterior a moral, posto que nossas atitudes sejam vinculadas à maneira de como o mundo é organizado.
Moral antiética=  Muitas vezes algo é considerado moral, porém não ético. Um bom exemplo disso são os empréstimos bancários de cunho estritamente capitalista com base na cobrança de juros altíssimos. Moralmente falando os bancos cumprem a lei, mas em muitos casos o fazem burlando a mesma ou aproveitando-se ao Maximo das brechas legislativas.
Ética imoral=  Moral rompida. Aquele que rompe com padrões morais para se buscar valores mais nobres.
Obs: O poder paralelo é um tipo de efeito colateral do Capitalismo. Não é legitimo do ponto de vista ético porque parte de questões culturais invertidas, são apenas antagonistas que não levam consigo a prerrogativa evolucionista da consciência. O sentido da verdadeira ética imoral é o constrangimento da consciência diante de uma moral que na contingência do momento está agindo cruelmente por interesses escusos de aproveitadores, ou então numa segunda hipótese, o indivíduo imerso no dilema depara-se com uma contradição moral.
Eis um bom exemplo musical: Chico Buarque em sua música – Bom Conselho - chama as pessoas a luta e a ação.
Vídeo:

Sartre e Foucault:
O homem está condenado a ser livre. Para eles a existência está em construção. Mas ela também é um drama, e neste drama se constrói algo que volta-se paras si mesmo. Assim gera-se responsabilidade em nossas atitudes. O mergulho na existência é sem qualquer certeza, posto que não é algo definido. Assim por ser incerto é dialético.  Alias a própria dialética é definida na práxis, na existência. O homem é um projeto que projeta-se sem parar, este é um ato de liberdade.  Para Sartre a busca é permanente, o caminho não foi feito, ele se faz caminhando. Resta-nos fazer escolhas. Assim a dor da existência é melhor do que teorias e manuais. A existência assusta por isso o conforto do homem em se apegar ao método pronto encontrado nos modelos de normatividade.
A revolução em Sartre é constante. Totalmente dialética. Nunca nega a capacidade de fazer escolhas. Isso é cidadania em Sartre. Para ele não devemos nos moldar as coisas prontas.
Já Foucault pergunta: Será que o povo pode fazer escolhas sem tutores? O Estado moderno é estabelecido pela racionalidade humana, assim como o é a tecnologia. Ele diz: As luzes que descobriram a liberdade também inventaram as disciplinas.
Liberdades formais – Disciplina Real.
Tudo pela normalidade. O aprendizado é formal, feito para telespectadores.
Nietzsche e a Ciência:
Em Nietzsche a verdadeira ciência encontra-se a partir das nossas sensações. Eis a reformulação da ciência. Deixar de acreditar na religião e passar a acreditar no Conceito é apenas uma substituição. Hermeticamente falando (conceito fechado) é a vontade de poder. Como exercer a vontade de poder? Não se submetendo. Exercer isso é exercer sua pessoalidade.
Para Nietzsche o ser real é o além do homem ou homem autentico, fruto de sua liberdade, legislador de si mesmo. Não nega a racionalidade nem a irracionalidade. Assim cada individuo deveria verificar a sua parcela dionisíaca(Impulsos) e apolínea (Razão).
Nietzsche em hermenêutica busca compreender a realidade, sendo, portanto um perspectivista, aquele que vê a distância e não meramente relativista. Ele busca um auto-governo. O individuo se coloca no mundo tal como ele é para agir com as próprias normas.
Mas a imposição de desejos não é justamente a pratica do hedonismo? Eis uma questão a ser tratada. Se o homem é quem deveria ser o que ele será? E se de lá sair um demônio em vez do super homem nietzschiano? Quem poderá conter a essência se ela for má? Estaria eu a subestimar o homem? Obviamente que não, mas alguns homens estão envoltos pelas profundezas de satanás como se diz em teologia cristã. Veremos isso mais abaixo quando dissertar-mos a respeito da Ética de Jesus e a miserabilidade humana.
Obs: Segundo Nietzsche quando um valor se universaliza ele esconde quem o criou, um humano demasiadamente humano. Para Nietzsche a base é o relativismo ético.
Ética e moral em Foucault:
Foucault era formado em psiquiatria e  psicanálise. Quando ocorreu o desejo de  empreender maiores esforços na filosofia  ele pergunta a si mesmo qual é a origem  dos saberes. Assim inspirado procura no  decorrer do século XVI , XVII até seu presente momento uma resposta a  questão,  este período ele chama de  arqueológico, porque da importância  aos  saberes produzidos, posto que no  século  XIX nasce muitas ciências:  Pedagogia,  psicologia, psicanálise,  psiquiatria,  economia, sociologia, a  medicina como  método ciêntifico, etc.  Estes são os  saberes contemporâneos.
Assim sendo Foucault percebe que a ciência e o  racionalismo ou cienfiticismo não são neutros dado o fato  que no mesmo existe um jogo de poder,  por isso para ele é imprescindível ver a  ciência, os saberes com olhar crítico.
As relações de poder estão vinculando as  ciências ao controle de massa. Os  saberes que são eleitos como positivos  tem sem duvida uma relação de poder.
Para Foucault o poder era multifacetado diferentemente da visão marxista, por isso estava direcionado a todos os meios inclusive da tecnologia. Com a ocorrência dos direitos humanos pós revolução francesa, começou-se a buscar procedimentos disciplinares para não permitir práticas como, por exemplo, o suplício em público, a partir daí nascem as instituições representativas das tecnologias disciplinares, o controle passa a ser com base na total disciplinar e não mais meramente no medo e a sentença de morte.
São técnicas de controle e gerenciamento. O tempo dos indivíduos no ambiente institucional os faz não ser o que desejam.
Nas instituições os indivíduos respondem apenas as exterioridades, não se leva em consideração a sua subjetividadeA homogeneização é mais importante do que a interiorização.
Mas Foucault em suas pesquisas descobre uma outra técnica disciplinar  = bio-política ou bio-poder, estudo do comportamento do homem enquanto coletivo. Assim esses movimentos serão determinados ou modelados por uma política específica.  Essas técnicas de poder usam o discurso das ciências humanas como desculpa para a manipulação.
Em uma passagem Foucault declara que o que discerniu foi que a ciência é instrumento de poder, o saber como algo normatizado e normatizante. As normas são fixadas por um modelo determinado pela ciência. Assim ele percebe que o homem contemporâneo é um homem sem liberdade, vive num convívio chantagista desde a família até a escola e indústria. Ele percebe que enquanto as exterioridades determinarem os comportamentos nunca haverá verdadeira ética. Sem a ação autônoma ou autentica tudo não passa de verdadeiro aprisionamento, pois não á uma possibilidade de transcender a norma.
Quando Foucault volta-se aos antigos gregos ele reconhece que os mesmos demonstravam maior liberdade, vê-se que ali o individuo construía sua subjetividade por autonomia transcendo os comportamentos exteriores, interiorizando-se, escolhendo não por imposição mas por liberdade de fato autômato. Os instintos humanos, assim como conceitos intuitivos fazem o homem livre escolher por si mesmo. A existência autentica torna o homem mais feliz. No relativismo foucaultiano o ambiente da liberdade proporciona o verdadeiro caráter do indivíduo livre.
Foucault vÊ o quanto os indivíduos são alienados de sua própria personalidade, literalmente adestrados. É importante sabermos que o projeto ético de Foucault é inacabado e se concentra na questão da normatividade da ética, até porque morreu antes de concluir seu trabalho.
Para o autor a moral é um conjunto de elementos de regras exteriores que são impostas num caráter interativo universalizante dogmatizado, inquestionável. Mas ele percebe também que alguns indivíduos não se adaptam a esta moral fixa levando-os a uma moralidade do comportamento que passa pela sua subjetividade transformando-os assim em sujeitos éticos.
A substancia ética termo foucaultiano se constitui pelo querer do homem os quais os valores éticos agem. As éticas atuam sobre a substancia da vontade dando vazão à subjetividade do individuo independente do modelo social.
Os indivíduos partidários se reconhecem na moral de um determinado grupo, eles se ligam a maneira de ser do grupo. Sua subjetividade atua nos conformes do moralismo sectário.
A teologia do sujeito moral tende a uma relativização dos conceitos morais. A mais pura liberdade fará de fato o sujeito tomar forma. O contrario disso é viver como objetos dos moralizantes.
Quando o individuo vincula as suas ações as praticas de quem ele é, faz de si uma personalidade única.
Não anda pelo que os outros esperam ou pelo que as instituições esperam, mas reconhecendo-se a si mesmos, faz-se quem de fato é.
A moral código x moral ética faz Foucault criticar profundamente o sistema de poder nas instituições em geral. A busca do filósofo é obviamente a moral ética, a moral com base na individualidade, no trabalhar da própria personalidade, na pratica de ser o si mesmo independente da regra que lhe é imposta.
O individuo que começa a praticar algo que não está prescrito faz de si mesmo um ser personalizado, posto que sua atitude diante da imposição moral o torna legislador de si mesmo, mas uma legislação a qual toma como base o senso que tem reconhecido pela liberdade conforme quem ele é sem o quinhão da exterioridade, na perspectiva existencial.
Vídeo:
Karl Otto Apel, Jurgem Habermas e Jean Paul Sarte:

Fato é que a ética se coloca acima da moral, da Lei. Já a metafísica pressupõe valores intelectuais validos independentemente da história ou cultura não necessariamente vinculadas a realidade histórica étnica e cultural. Questões conceituais absolutas que agem como estranhas no convívio étnico, no cotidiano das pessoas, gerando culpa sem trazer nenhuma solução.
Karl Otto Apel e Jurgem Habermas sabiam que o mundo contemporâneo é um mundo pós racionalista e principalmente pós metafísico, assim por meio do discurso eles acreditam que através do contato ético pode-se alcançar um padrão, segundo eles um caminho para ética através do consenso, ou seja, o bem ou o mal menor, para todos.
A existência de universais é compreendida pela necessidade. Mas a partir de Kant começa-se a pensar a ética além da religião, pois este filósofo a fundamenta na razão. A partir do século XVIII e XIX, o período de crescente ateísmo, com Nietzsche e outros, começa-se a questionar a preeminência dos universais.
Mas existe algo a se pensar nesta nova base de pensamentos.
Como viver em sociedade com o total relativismo proposto por Nietzsche e Foucault? Ou se não, aceitando o contexto normativo, seremos todos infelizes como diria Schopenhauer?
Segundo Karl-Otto Apel diante da existência dos universais absolutos metafísicos ja superados em sua padronização seria necessário que houvesse um direcionamento caso desejemos desafiar critérios absolutos com um pretenso relativismo.
Para ele é impossível que alguém que não esteja imerso numa situação possa opinar, com sua ética personalizada, um critério que solucione determinado problema em específico. Os indivíduos devem discutir com o uso da razão com os demais envolvidos sobre o problema conforme a demanda proposta.
No entanto se a ética só se da no consenso, como fazer no momento em que não existe o outro para discussão? Como agir eticamente se o outro diretamente atingido  não pode participar.  Será que devemos excluir as convicções subjetivas para discutir o assunto? Pense por exemplo, em questões como eutanásia e aborto, embora exista o bom senso no conselho diante da circunstancia proposto por Otto, fica difícil determinar esse padrão pragmático a todas as circunstancias.
Resumindo esta é a Ética segundo Otto: O sujeito se constitui com o embate de idéias. A linguagem cientifica determina o foco permitindo o julgamento possibilitando a unidade comunicativa.
Ética segundo Habermas:
Para Habermas fracassaram todas as  tentativas de se estabelecer uma moral  determinante. O terceiro indivíduo no  ambiente fora da pratica não teria condição  de julgar o fato ético. Isso ele mesmo  declara fazendo referencia a Kant ou as  Religiões em geral. Assim sendo a terceira  pessoas em relação ao fato observado não  tem propriedade e legitimidade de julgar o  fato ético. O sujeito solitário não está apto  para o julgamento das redes de relações  intersubjetivas. Só estando imerso para  tratar a problemática ética.
Existe a possibilidade de criar universais  pragmáticos segundo Habermas.
Para ele o padrão não existe antes da ação.
Para se chegar aos critérios éticos só é possível se os analisarmos a posteriore, diferentemente dos universais sejam eles religiosos ou laicos. Somente os universais consensuais podem dirigir o conceito ético, ou seja, segundo ele o individuo não se sente incomodado na sua subjetividade porque participa do consenso. Isso ele chama de universais pragmáticos.
Ética segundo Jean Paul Sartre:
O existencialismo de Sartre como humanismo (Ver Livro – Existencialismo e Humanismo). A existência do homem é anterior a sua essência segundo Sartre. Essa liberdade determina que o homem não é delimitado por nada, nem por Deus que segundo ele não existe, nem por mecanismos como o inconsciente conceitual de Freud. O homem não tem nada que predetermine suas escolhas, porquanto se Deus não existe o homem passa a ser tudo. É isso que marca sua condição humana, a liberdade de ser, dada pela preposição de que nada pode padronizar ou determinar o indivíduo. Assim a ética sartriana implica na liberdade.
A existência transcende a essência eis a similaridade entre existencialistas ateus e cristãos.
Se Deus não existe á um ser que cuja a existência é anterior a própria essência , este é o homem que não é nada mais, nada menos do que ele mesmo faz. Escolher ser isto ou aquilo é sempre escolher o bem segundo Sartre e se o bem é para mim também o é para o outro. Esta é a noção de humanismo no existencialismo. Este tipo de solidariedade é uma simpatia com todos os homem, posto que a causa do ser para a morte o compele ao sofrimento. Assim eu me responsabilizo pelas minhas decisões como ser autômato.
Ética em Cristo:
Se dizemos que Jesus mente estaremos a  dizer que alguém fala a verdade! Mas quem  é este oráculo? Ora, obviamente a não ser  que fossemos relativistas, isso não faria  sentido. É claro que as religiões são  contraditórias, assim como moralismo,  ética e consciência são coisas diferentes.  Vejam o exemplo do competente cientista  Richard Dawkins um  cientista que ainda  vive na pré-história  filosófico falaciosa do  positivismo lógico.
A Bíblia não é um livro cientifico e nem pretende sê-lo. Paulo de tarso diz que a letra da Lei Mosaica (a Torah) mata, mas o pano de fundo, ou seja, o espírito ou âmago da mensagem tem como proposta a vida, daí a diferença de zelo em via do fanatismo e zelo de consciência.
Mahatma Gandh foi hindu até o fim, mas seguiu o preceito de Yeshua (Jesus) na vida prática. Isso não é milhões de vezes melhor que a hipocrisia de quem prega a torta e a direita, mas não pratica?
Gandh sendo hindu entendeu o espírito do evangelho e derrotou o império Inglês. Ora, é nesse nível de consciência que devemos mensurar a ética do Messias. Jesus não veio fundar religião alguma, pelo contrário, com base no 1°livro existencialista da história, a saber o livro de Eclesiastes ele fundamentou seu modus operandi na vida real, no conhecimento que pulsa na veia e não na competição religiosa que hoje é alimentada pela industria sensacionalista, posto que vende bem e compra bem.
Faz onze anos que estudo os moldes da cristandade via escritura, nela vê-se um perfil para Deus conquanto fornece pistas de seu desejo de render o homem sem a força na permissão de deixá-lo errar e aprender errando. Existe um conceito chamado fator Melquisedeque que os cristãos conhecem mas a maioria não entende, tal conceito ensina que a verdadeira religião é a consciência amadurecendo a cada dia e num certo sentido diminuindo a cada dia até que a miserabilidade humana se evidencie e o homem se veja cego, pobre e nu, então quando o mesmo estiver pronto para a redenção a receberá de Deus.
É a bíblia q diz isso? Sim, mas com o testemunho da própria existência. Neste caso quem poderá contestar tal coisa?. Leiamos Soren Kierkegaard, C S Lewis e outros autores que tratam do tema e veremos que a consciência cristã em sua essência é um verdadeiro gigante se comparada a instituição cristã nominal pérfida falsa e mesquinha criticada por Nietzsche e Sartre.
Para muitos Deus é um problema se este não for uma divindade deísta. Ora, diz-se que as profundezas de satanás só satanás entende, dito isto fica evidente que o conceito de espiritualidade gradua no postulado dualístico, não entre deus bom e deus mal, mas entre o bem e o mal que Deus único criou.
Mas o que te diz a razão humana?
Ora, como um deus onipotente pode permitir que os genocídios aconteçam a torta e a direita? Ou como ele pode deixa uma criança ser estuprada e morta? Em síntese, porque deixa o mal agir na terra? Razoavelmente falando se deus existe ele é o diabo, do contrário o fato inexorável é que somos produto de uma evolução cósmica e biológica advinda do caos.
Mas então aparece Jesus com uma razão sine qua non. A Lei mosaica em via escriturística manda punir a mulher adultera a pedradas dentro de um conselho organizado e bem estabelecido, posto que seja uma prática legislativa e não homicídio doloso como muitos idiotas pensam, fato é que o legislador inicialmente deveria cumprir a lei sem ódio intencionado ao transgressor. No impasse de se seguir a torah milenar de Moisés os judeus apresentam uma adultera para que Yeshua a julgue. Negando ele a lei a culpada viveria, mas se saberia que o nazareno era falso profeta por não se submeter á Moisés, acatando ele a condenação da mesma ela morreria levando abaixo sua pregação de voto de misericórdia.
Qual a resposta que ele escolhe???
Ora a da contingência! E é por ela que segundo ele todos serão julgados. Não estava do lado nem de religiosos fundamentalistas e tão pouco dos relativistas, estava do lado da demanda que o momento exigia, ou seja, brincadeirinha de igreja e elitismo ceticista são fardos que no final das contas ninguém pode suportar sem adoecer a alma ->fato inconteste!!!
Se satanás conhece suas profundezas é porque é espírito e espírito é o âmago do ser. Sendo simplório, se Deus disse pra Moisés que o nome divino é Eu sou o que Sou, está se referindo a sua essência. Assim sendo o espírito na linguagem judaico é a própria persona em essência. Mas isso são só conceitos, por certo os conceitos de outros grupos étnicos são diferentes, mas a pergunta que fica é: Porque são similares? Porque você distingue o certo do errado hora defendendo suas prerrogativas hora atacando o que reconhece como injusto?
Quem lhe deu o senso de justiça? Ou qual a base do seu dicernimento?
Estou eu agora a pensar como os universais, absolutizando os valores?
Na verdade estou identificando, o que é diferente de absolutizar por conta própria.
Ora, com isso quero dizer que a essência da Torah mosaica é o senso de justiça que habita na consciência e amadurece na maturidade. Posto isso Jesus oferece a loucura de crer em um Deus de amor num mundo atroz que conforme ele jaz no maligno aquele que nascendo do amor mata o mesmo.
Com tudo o que disse, minha intenção é esclarecer que a letra que os detratores acusam de contradição e devaneio existe para testemunhar ao mundo quem é o próprio mundo, de sorte que só o Espírito de Deus pode testificar de Deus e a letra, mesmo constituída como sagrada continuará testificando a miserabilidade do mundo. Neste caso a moral convicta que faz um indivíduo criticar a moral de outrem é a própria testificação de legislação na consciência humana.Ora, segundo C S Lewis isso não supõe a existência do Legislador?
Quem te fez criticar Deus por ele deixar que o mal perdure por um tempo senão seu senso de justiça dado por ele mesmo? Na posição de criatura isso é contraditório, mas na posição de criador da própria moral és egoísta, mas se não existe ética universal quem poderá te condenar não é mesmo? E se é assim continuaremos as discussões acaloradas no campo filosófico onde minimizar a religião aparentemente é o mesmo que minimizar a Deus. Ledo engano!
Ética em Paulo:
“Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados.
Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados.
Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei;
Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os”
Romanos 2: 12-15
Paulo de Tarso o apóstolo fora do tempo, foi o primeiro a sugerir uma relativização da Lei no sentido de que em essência ela, a Lei Mosaica, não poderia compor todos os parâmetros da vida cotidiana. A Lei deveria ser viva como o é a vida e não engessada a mercê dos escribas e julgadores.
Jesus avalia o ESPÍRITO da LEI e não a letra. Não é a toa que Paulo diz que a letra mata, mas o espírito vivifica, justifica.
Se reconstruírem o templo em Jerusalém, deveríamos acatar a ordem expressa de apedrejamento a todos os pecados que envolvem tal sentença na Torah, simplesmente porque a Lei veio de Deus?
Infelizmente alguns religiosos e na verdade a sua maioria sejam cristãos ou não, investem tempo demais julgando vírgulas e não sabem julgar o contexto dos acontecimentos e tão pouco podem entender as abstrações que aparentemente envolvem contradições.
A religião desses é a da escrita. Digo isso não por irreverência às escrituras, mas com sinceridade pelo que sou.
Faria se julgasse lícito, a guerra de D-us?
Ora, Pode o Espírito da Lei ser contra a Lei?
Isso é incoerência numa visão inicial. Mas se a intenção é avaliada, parte da Lei pode ser cumprida com a negação de sua essência. O grande exemplo é a parábola do Bom Samaritano, quem lê entenda.
Ora, não é na Lei que se diz que devemos amar nosso próximo?!
E a síntese da Lei não é o amor a Deus e a sua Criação?!
Desta forma a Essência da LEi, assim como seu espírito é o Amor em todas suas aplicações, com toda sua cordialidade, verdade e virtude, no entanto a própria virtude deve ser viva, posto que se for apenas uma imagem congelada passa a ser alvo justo dos relativistas.
A virtude é como uma imagem. Se a imagem é viva, sabemos que ela está se transformando, no entanto se está fixa como numa fotografia, sabemos que nela não existe vida e onde não ah vida não existe o Espírito de Deus. Lembrem-se a Letra congelada mata, mas o espírito vivifica, posto que é vivo também e interage com as contingências da vida.
Se você é religioso pense bem: Com a intenção pura e transgressão mínima Abraão seria culpável perante Deus uma vez que a Lei é eterna?
Não foi a Lei dada num certo período da História, muito depois de Abraão?! Sendo assim não é lícito pensar que ela se forma por uma LEi universal que habita na consciência humana como legislação divina como é o caso das diretrizes noéticas via interpretação rabínica?
Ora, todo antropólogo sabe que existe uma moral universal, ou seja, que habita todos os povos da Terra, inclusive as tribos canibais. Isso digo porque é obvio que para qualquer ser humano na terra receber um pisão no pé dado por um estranho é ofensa, a não ser que de antemão forme-se uma cultura para atribuir ao pisão do pé um ato de amizade ou virtude.
Foi por isso que disse que o discurso religiosos perante a existência se torna medíocre, porque a existência exige novas demandas todo o tempo. Então é obvio e mais claro do que a luz do sol (a não ser para o fanático) que é necessário uma essência, uma maturidade na consciência e não apenas Leis rígidas cheia de cabrestos religiosos ou ideológico laico.
Yeshua ensina, portanto que a Lei é viva e multiforme, ela se flexiona pela própria essência, posto que nós vivemos e Deus é Deus de vivos, não de mortos e de pedras. Com isso ele, Jesus, não nega a Lei, mas faz com que a Lei testifique de um Deus vivo e não de um monstro cósmico deísta que abandona suas criaturas com regras empedradas.
Ora, todo mestre espiritual sabe; cumprir não significa ser, isso posto, não vejo razão para acusar Jesus de negar a Lei, uma vez que não negou a intenção de Deus quanto a aplicação da Lei.
Justificaria por causa da letra a matança e esmagamento de outros povos?
Caso obedecesse, faria por D-us, na fé que Ele disse em plena sabedoria em tais tempos de barbárie?
Mas se fizesse pela letra só estaria demonstrando um espírito homicida. Coisa esta que o próprio D-us abomina.
É nessa coerência que Jesus ensina a Lei. Tanto como o divórcio como em todas as questões relativas a Torah.
Não existe discordância nisto,  existe exortação quanto ao abuso dos burladores da legislação vigente e da moralidade, ou seja, aqueles que pelo cumprimento da mesma por vaidade infligem males sobre outros, estes que estão programados e não desenvolveram consciência subjetiva.
Na confraria da letra é que os fariseus mataram por zelo. Ora, zelo de morte de ódio de ofensa, pretensamente pensando que faziam a vontade do Eterno, mas nem Alah de Mohamade pediria atos de sangue por hipócrisia como os destemidos letristas.
Que me adianta ser zeloso da Lei e da Moral grupal a ponto de matar por fidelidade, se desprezo meu próximo na beira do caminho?
Já vi judeus religiosos reverenciando Nietzsche simplesmente porque o mesmo critica arduamente a cristandade. Esses avaliaram todas as abstrações de suas palavras e julgaram-no homem de alto nível, mas com Yeshua não existe tolerância, simplesmente pisam nele sem misericórdia com o mesmo zelo que tinha os acusadores neo testamentários.
Ninguém pode monopolizar a Deus assim como ninguém pode monopolizar a ideologia predominante em seu coração, dado o fato que a mesma interage com outros também. Se és ateu o será para si mesmo, no trabalhar de sua subjetividade, na leitura que seu instinto e intuição fazem do mundo, sua intuição partirá de sua criatividade, porém isso não o tornará infalível.
Será que com isso estou novamente vinculando a ética  ao calcanhar da Religião no modelo antigo pretensamente superado? Obviamente que não. Quem assim pensar estará exercendo pouco discernimento as minhas palavras. O que digo, digo na posição de existencialista, assim posto da mesma maneira que Sartre serve-se de seu ateísmo para uma posição teórico- existencial,  também eu me sirvo de D-us como sendo a fonte da sabedoria e do conhecimento.
A existência dobrará a espinha dorsal de todos os homens e ela nos fará vomitar qualquer ideologia fajuta para que sobre apenas a verdade. Deixemos que os cabelos brancos sejam nossos tutores, porque a Lei é a Vida.

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