Esta foi mais uma pequena monografia lá da facul… Repasso agora na integra, acreditem vale apena ler sobre a concepção de liberdade e política da autora referida.
INTRODUÇÃO
Hannah nos da à chave para a interpretação política contemporânea. Ela pergunta:“Será que existe algum significado para a política?” A modernidade está inserida naforma de vida do capital (capitalismo). As pessoas são individualistas, mas pouco originais ou autênticos neste sistema econômico. Os sonhos são meramente sociais posto que em sua maioria vise apenas o capital. Também a noção de pluralidade é defeituosa diante da forma capital. Compartilham espaço sem noção de coletividade. Para Hannah era necessário que houvesse tal noção para a esfera política. Público e privado gera publicidade no mundo pós-moderno. O sentido da política é a liberdade.
Já para Maquiavel política era tomada e manutenção de poder. Mas Hannah diferentemente insiste que a verdadeira política tem como alvo a liberdade.
O livre arbítrio é a escolha de condições limitadas. Assim é diferente da liberdade, posto que liberdade é a ação de criar o possível é o contrário da necessidade. Neste caso o reino da liberdade é diferente do reino da natureza que promulga necessidade. A experiência de criar o possível é, portanto o real exercício da política. Criar é característica da liberdade e não do livre arbítrio. Para os gregos, ética é o exercício privado e política, é exercício público. Portanto a violência é o contrário da ética. Uma vez que a violência coisifica os outros, transformando-os em objetos e como Marx diria – um mero produto do capital. Hoje por exemplo os relacionamentos estão mais voltados a tecnologia do que as pessoas propriamente ditas. Sinal este de pura empatia artificial, plástica e modelável no padrão econômico pós-moderno do ocidente.
Quando Maquiavel separa ética e política aí então entra a violência. O Estado contemporâneo é, portanto marcado pela brutalidade.
Até porque a política atrelada aocapital esta atrelada também a violência. A pergunta de Hannah passa pelas noções de dignidade. Embora sabendo que ohomem é ontologicamente político, verdadeiramente animais políticos. Mas se eu crio uma nova cadeia casual, segundo Hanna, faço um milagre pelos conceitos da liberdade sem as economias do comumente aceito disponível ao livre arbítrio. Obviamente Hannah Arendt não pode ser encaixada nos conceitos rotulados. Não podemos dizer que a mesma seja de esquerda ou direita. Seu pensamento era livre de dualismos simplistas. Para ela o sentido da política é a liberdade. A relação da ética eda liberdade em sua visão traria a possibilidade de felicidade.
POLÍTICA E LIBERDADE
O Pensamento central de Hannah Arendt é de que a política jamais deveria se restringir ao Estado, porquanto a liberdade como sendo superior ao livre arbítrio não selimita a qualquer regime estatal. Nesta concepção o totalitarismo é sem dúvida um autograu de violência ao passo que propõe o domínio de uns poucos sobre outros. Esse domínio acaba por gerar cobiças desenfreadas e daí a violência já não teria limites.
De um lado a força de uns corrompidos pelo poder, de outro a passividade e apatia daqueles que não praticam a cidadania.
Para Hannah, portanto a política não era resumida a um jogo de interesses mesquinhos, antes seria disseminada por ações interpessoais, relação de dependência mútua, acordos e contratos. A partir disso no pensamento da escritora, a liberdade passa a transcender o conceito meramente individual, unilateral e egoístico. Torna-se nesse instante universal, quando identifica a liberdade como uma interação social no conflito de vontades antagônicas. A liberdade a semelhança do pensamento Agostiniano é interior e vincula-se ao acordo com seu eu quando em atos verifica a confirmação desuas próprias palavras. A partir dessa idéia Arendt desassocia não drasticamente a liberdade do ser e avontade individual, uma vez que vê nisso implicações inconscientes quanto a vinculaçãode poder e opressão. Assim sendo Hannah não admite liberdade na solidão ou em outras palavras, liberdade advinda de um governo totalitário. Liberdade seria a ação de todos onde a pluralidade jamais pode ser desprezada. Seria ação conjunta, em termos e acordos. Dessa forma Arendt discorda de Aristóteles quanto à idéia de que o homem é essencialmente um animal político, ele só é por viver num mundo plural cheio de idiossincrasias.
O próprio homem segundo a autora só confirma sua identidade a partir dos outros, da platéia, por assim dizer, quando este toma a coragem de aparecer no espaço público e agir diante dele.
Mas apesar de nossa ação, segundo Hannah, não somos feitores da história, individualmente falando, uma vez que a retrospectiva da mesma não pertence ao personagem, mas sim a quem conta. Neste quesito regimes totalitários geram sua própria bancarrota quando oprimem o povo, segundo Arendt, “disseminam o germe da sua própria destruição” (ARENDT 2,p.530). O poder no regime totalitário devora sua calda e provoca total derrota a longo prazo, como implicação de sua violência que não considerou o direito a igualdade. Um Estado de Direito não se resume a legislação, embora possuindo formalismos jurídico,os mesmos estão permeados pela corrupção do poder vigente que se coloca acima de seus próprios ditames. Governos que se conformam a ausência do pensar. Que transformam palavras em clichês e que vêem um risco eminente no livre pensamento apelando a censura, estão perdidos em seu próprio delírio. O Homem que se liberta da demagogia seja de si seja de outrem, estando livre para pensar e agir de maneira a transformar sua liberdade é o homem da polis grega,como Sócrates desejaria. E na visão de Aristóteles é o ser virtuoso que vê em seu potencial a capacidade de fazer valer sua própria existência.
CONCLUSÃO
O pensamento de Hannah Arendt diferentemente de Karl Marx, procura ser mais perspicaz em demandas ontológicas. Ela como judia odiava regimes totalitários como o Nacional Socialismo de Adolf Hitler ou mesmo o Stanilismo em seu comunismodeturpado. O pano de fundo de sua visão a respeito da liberdade fez com que ética epolítica se desconectassem de conceitos problemáticos como a violência e o fascismo.
Embora expurgar a violência em todas as demandas políticas incluindo as revolucionárias talvez não fizesse sentido, uma vez que os contextos sociais não são justos para com conceitos honorários de qualquer natureza.
Ademais embora tenhamos o exemplo histórico de Mahatma Gandhi, de uma revolução pacífica, não podemos nos esquecer que tudo partiu de sua espiritualidade, coisa a que a razão tem pouco a nos falar, mesmo se apegando ao fato de que ele exerceu autoridade interior que parte da concepção de Arendt quanto a liberdade. Assim sendo, no meu entender favoreço o pensamente da autora, posto que eticamente falando a liberdade deve ser sem dúvida o auge da política.
Leia Hannah Arendt: Livros como Condição Humana e As origens do Totalitarismo, entre outros fazem bem a cabeça. Não precisamos concordar com tudo que ela diz, mas reter o bem.
REFERÊNCIAS
PDF – ÉTICA – O SÓCRATES DE HANNAH ARENDT Rodrigo Ribeiro Alves Netohttp://www.cchla.ufrn.br/humanidades2009/Anais/GT04/4.2.pdf
PDF– O SENTIDO DA POLITICA EM HANNAH ARENDT. Ana Paula RepolêsTORRES1http://www.scielo.br/pdf/trans/v30n2/a15v30n2.pdf.
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